A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos encerrou 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões — quatro vezes maior que o rombo de R$ 597 milhões registrado em 2023. Segundo a estatal, o resultado negativo foi impulsionado principalmente pela queda nas receitas com encomendas internacionais, em especial após a implementação da chamada “taxa das blusinhas”, cobrança sobre compras internacionais de baixo valor. A medida, segundo a empresa, beneficiou o varejo nacional, mas impactou negativamente os Correios.
Em nota, a estatal presidida por Fabiano Silva dos Santos também apontou o aumento de despesas com precatórios e ações judiciais, além de um “legado de sucateamento”. Apesar do prejuízo, os Correios investiram R$ 830 milhões no ano passado em modernização de frota, infraestrutura e tecnologia.
Como resposta ao déficit, a estatal anunciou nesta segunda-feira (12) um plano de contenção de gastos, que prevê economizar até R$ 1,5 bilhão em 2025. A empresa também está em negociação com o New Development Bank (NDB) para captar R$ 3,8 bilhões em investimentos.
Apesar do resultado negativo, o governo Lula descartou a privatização ou quebra de monopólio dos Correios, e busca alternativas para fortalecer as finanças da estatal, como retomada de parcerias com empresas de marketplace.
Nota dos Correios sobre resultado financeiro de 2024:
Os Correios enfrentam legado de sucateamento com investimentos e modernização
Diante de críticas ao resultado financeiro de 2024, os Correios reafirmam seu compromisso com a recuperação econômica e a modernização da empresa. Após anos de abandono e sucateamento, a estatal iniciou uma ampla agenda de transformação, com foco em eficiência, sustentabilidade e inovação. Os resultados positivos que nos antecederam decorreram, principalmente, da retirada de direitos dos trabalhadores – o que gerou um passivo judicial sem precedentes para a atual gestão.
Mesmo com o cenário adverso – marcado por queda nas receitas internacionais e aumento de despesas judiciais herdadas de gestões anteriores – os Correios investiram R$ 830 milhões no último ano, renovando frota, modernizando a infraestrutura e ampliando sua capacidade tecnológica.
A frustração de receita observada em 2024 decorre exclusivamente dos efeitos do novo marco regulatório das compras internacionais — uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios.
Como resposta, a empresa lançou um plano robusto de redução de despesas, com expectativa de economia de até R$ 1,5 bilhão em 2025. Entre outras medidas, estão o lançamento de um marketplace próprio e a ampliação do market share internacional.
Além disso, os Correios firmaram parceria com o New Development Bank (NDB) para captar R$ 3,8 bilhões em investimentos. O processo está em andamento.
A estatal reafirma seu papel como braço logístico do Estado, presente em mais de 5 mil municípios e essencial em momentos críticos, como o apoio à população do Rio Grande do Sul. Os Correios seguem focados em garantir sua sustentabilidade, sem abrir mão de sua missão pública de integrar o Brasil.
Fonte: Metrópoles