O PSDB oficializa nesta quinta-feira (6) a incorporação do Podemos, criando uma nova força política que ocupará a oitava maior bancada da Câmara dos Deputados e a quinta no Senado. A união representa mais do que uma estratégia eleitoral: é uma tentativa de sobrevivência do partido que já ocupou o Palácio do Planalto e dominou a política nacional nos anos 1990 e 2000.
A nova legenda reunirá 28 deputados e 7 senadores — 13 parlamentares do PSDB e 15 do Podemos na Câmara; 3 tucanos e 4 senadores da sigla incorporada. Embora juridicamente seja uma incorporação (necessária devido à federação do PSDB com o Cidadania desde 2022), na prática a fusão será total: está prevista a mudança de estatuto, nova direção e até uma possível troca do número 45, símbolo histórico dos tucanos.
Comandado por Marconi Perillo, o PSDB tenta reagir à sua pior fase política. Após derrotas seguidas, a perda do governo de São Paulo e o esvaziamento de sua representação no Senado, o partido viu na união com o Podemos — presidido por Renata Abreu — uma chance de voltar a ter relevância nacional, especialmente diante da ascensão de siglas do Centrão, como União Brasil e PP, que agora formam uma federação.
A nova legenda ainda não tem presidência definida, e há expectativa de disputas internas pelo comando. O movimento marca uma guinada na tentativa de reorganizar a centro-direita brasileira, que, fragmentada, perdeu espaço para a direita bolsonarista nos últimos anos.
Fonte: Metrópoles
