Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid após suposta troca de mensagens

Três dias após prestar depoimento como réu no Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Penal 2668 que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar duramente as investigações. Em publicações feitas nesta sexta-feira (13), Bolsonaro classificou o processo como uma “caça às bruxas” e uma “farsa” motivada por “vingança”.

As declarações foram motivadas por uma reportagem da revista Veja, que revelou supostas mensagens trocadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, utilizando um perfil falso (@gabrielar702). Nas conversas, ele teria afirmado ter sido coagido a firmar delação premiada e mencionado frases como: “não precisa de prova, só de narrativa” e “a sentença já está escrita”.

Caso se confirmem as mensagens, Cid teria violado as medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, entre elas a proibição de uso de redes sociais. A publicação aumenta as dúvidas sobre a credibilidade de sua delação, que foi peça central nas investigações do 8 de Janeiro e na acusação contra aliados de Bolsonaro.

Em resposta, o ex-presidente exigiu a anulação do acordo de colaboração de Cid e a libertação do general Braga Netto e de outros presos pelos atos antidemocráticos. “É um processo político disfarçado de ação penal que precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito”, escreveu Bolsonaro em sua conta no X (antigo Twitter).

Apesar do tom conciliador durante seu interrogatório no STF no início da semana, Bolsonaro agora endurece o discurso, acusando o Judiciário de perseguir opositores. “Não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio”, concluiu. A defesa de Mauro Cid, por sua vez, negou a autenticidade das mensagens divulgadas pela revista, alegando que se tratam de montagens.

 

Fonte: Metrópoles

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