Marina é alvo de ataques no Congresso e reage: “É melhor receber injustiça do que praticar”

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, enfrentou novos ataques nesta quarta-feira (2) durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Convocada para prestar esclarecimentos sobre o aumento de queimadas e do desmatamento em 2024, Marina foi duramente criticada por parlamentares da oposição, especialmente pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES).

Em tom agressivo, Evair acusou a ministra de “adestramento ideológico” e disse que ela tem dificuldades com o agronegócio por “nunca ter trabalhado”. Ele ainda afirmou que Marina tem um discurso alinhado com ONGs internacionais e chegou a chamá-la de “mal-educada”.

Outros deputados também atacaram sua gestão. O deputado Zé Trovão (PL-SC) a classificou como uma “vergonha como ministra”, e o Capitão Alberto Neto (PL-AM) sugeriu que ela deveria “pedir demissão”. O presidente da Comissão, Rodolfo Nogueira (PL-MS), afirmou que Marina protagoniza “um dos capítulos mais desastrosos da política ambiental brasileira” e responsabilizou sua gestão pelo aumento de 482% no desmatamento da Amazônia.

Marina reagiu com firmeza e serenidade: “Aprendi que é melhor receber injustiça do que praticar injustiça”, disse. A ministra declarou ainda que orou antes da audiência e que está “em paz”, apesar das agressões. Ela também rebateu críticas anteriores em que foi chamada de “adestrada” por Evair de Melo, rejeitando o termo e defendendo sua atuação técnica no ministério.

Sobre o aumento das queimadas, Marina explicou que o país enfrenta uma crise climática severa, agravada pela maior seca da história brasileira. “Qualquer pessoa que não seja negacionista sabe que a seca com baixa precipitação, temperatura alta e perda de umidade potencializa os incêndios em todos os níveis”, afirmou. Segundo o MapBiomas, o Brasil perdeu 30 milhões de hectares em queimadas neste ano — 62% acima da média histórica.

A ministra já havia sido alvo de ofensas em maio, durante audiência no Senado, quando se retirou da Comissão de Infraestrutura após uma declaração considerada machista do senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Fonte: G1

Mais lidas
Encontre a notícia de seu interesse: