Maior apoio a médios produtores contribui para alimento mais barato, diz Fávaro

Com investimento recorde de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial – um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior e de 42% na comparação com o último ano do governo anterior – o Plano Safra 2025/2026 estimula a agropecuária a produzir mais alimentos e, com isso, combater a inflação. Foi o que afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durabte entrevista no programa Bom Dia, Ministro desta quinta-feira (3/7), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Segundo Fávaro, a ampliação do limite de renda para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permite que mais produtores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa, contribuindo para controle da inflação dos alimentos.

Quando a gente aumenta o potencial para o Pronamp, que são os médios produtores, aqueles que produzem o alimento que fica no Brasil, que gera oportunidade de chegar alimento mais barato na mesa da população, quem vai ser beneficiado mesmo é a população brasileira, porque os alimentos tendem a cair de preço”, explicou o ministro

“Nós tivemos em 2025, fruto do Plano Safra do ano passado, um recorde na safra brasileira. E com isso, o preço do arroz caiu, do feijão, da batata, do tomate, da cebola, da carne de frango, da carne de porco. É a população que sai beneficiada. E esse excedente ainda de tão grande que foi a safra brasileira, nós fizemos então o recorde das exportações. Estimular a economia, estimular a agropecuária, crescer, produzir alimentos, combater a inflação, excedentes para exportar. É esse o Plano Safra que nós fizemos com muito orgulho”, afirmou Fávaro.

Do total de recursos anunciado para essa edição, R$ 415 bilhões serão destinados a operações de custeio e comercialização, R$ 13 bilhões a mais que na safra passada. Outros R$ 102 bilhões vão para investimentos em infraestrutura produtiva, o que representa um crescimento de 51% em relação ao volume executado no último ciclo. Cerca de R$ 114 bilhões serão contratados com juros controlados e equalizados, com aumento de 23% em relação ao ano anterior.

Sustentabilidade

O Plano Safra traz estímulo à sustentabilidade e à adaptação às mudanças climáticas. Os financiamentos para sistemas de produção de baixa emissão de carbono seguem como prioridade, por meio do Programa RenovAgro, que passa a permitir também o financiamento de ações para prevenção e combate a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas.

Além disso, o governo prorrogou, para o período de 1º de julho de 2025 a 30 de junho de 2026, a aplicação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural de custeio. A medida vale para aqueles enquadrados no Pronamp e também para os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, com recursos equalizados e respeitados os limites definidos por cada instituição financeira para o ano agrícola.

Para o ministro, a preservação ambiental é um dos ativos do Brasil para ser um dos grandes produtores e exportadores de alimentos no mundo.

“Nós que já vimos nos outros Planos Safra dando um prêmio de 0,5% de desconto para todos os produtores que tinham boas práticas na sua propriedade, como o Cadastro Ambiental Rural aprovado. E vamos inovar agora. A nossa proposta é que produtores que usam bioinsumos, produtores que fazem plantio direto, produtores que fazem conservação de solo eficiente com matéria orgânica, possam também, atestados num programa estabelecido pela Embrapa, possam também receber esse desconto de 0,5%”, disse.

Novos mercados

As práticas ambientais, somadas às relações do Brasil com outros países, foram destacadas pelo ministro durante o programa. Como resultado, o país já abriu 387 novos mercados para produtos agropecuários desde janeiro de 2023.

“Ao voltar ao comando desse país, o presidente Lula, está se dedicando muito a isso. Veja como foi o G20 aqui no Brasil (em 2024), um sucesso. Também a participação em fóruns internacionais, o Brasil voltou a ser convidado. E ele me pediu: ‘Aproveite essa oportunidade. Viaje pelo mundo. Onde eu restabeleço as boas relações de amizade, você faz boas relações comerciais”. E nós, neste período, já abrimos 387 novos mercados para os produtos da agropecuária brasileira”.

E não é só soja, milho, algodão, carne de frango, bovinas e suínas. Nós abrimos para gergelim, sorgo, frutas. Estamos vendendo fruta para o mundo inteiro”, citou Fávaro.

O ministro citou que no sábado (5/7), o Brasil realiza a primeira exportação de carne bovina para o Vietnã. “Quando nós tivemos, cerca de dois meses atrás, em uma visita com o presidente Lula no Vietnã, abrimos o mercado de carne bovina para aquele país. Um dos mercados mais importantes. O Brasil já vendia carne bovina para 157 países. E quatro grandes países passaram a ser nossa meta: Coreia do Sul, Japão, Vietnã e Turquia. A Coreia do Sul está em andamento. O Japão está com inspeção neste momento no Brasil, fazendo inspeção nas nossas plantas. E o Vietnã já abriu. E no próximo sábado, no porto do Rio de Janeiro, nós estaremos embarcando o primeiro contêiner com cortes de carne de boi para o Vietnã, gerando oportunidades aqui no Brasil, renda, geração de emprego”, afirmou.

Gripe aviária

Segundo Fávaro, outro fator que contribui para a ampliação dos mercados é o sistema sanitário brasileiro. O ministro citou o caso do primeiro e único foco de gripe aviária em granja comercial no país, em maio, em Montenegro (RS). Após 28 dias de vazio sanitário, o Brasil informou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), conforme previsto nos protocolos internacionais, estar livre de focos da doença, recuperando novamente o status de livre da doença. Com isso, 16 países retiraram restrições à carne de aves brasileiras.

“O Brasil tem a oportunidade diante de crises sanitárias de mostrar a robustez do nosso sistema sanitário. Tanto do que consumimos aqui internamente, a qualidade dos produtos brasileiros, a confiança que o consumidor pode ter em um produto atestado pelo Ministério da Agricultura, como também os nossos compradores internacionais. A gripe aviária foi uma oportunidade dessa. Veja que esse vírus circula no mundo há praticamente 20, 30 anos. Desde 2009, 2010 começou a entrar em granjas comerciais, espalhando pelo mundo. Este ano que entrou o primeiro caso no Brasil. E não é coincidência. O sistema é muito robusto. E entrou em uma granja no Rio Grande do Sul, e nós conseguimos mostrar para o mundo porque demorou tanto para entrar, e quando entrou ficou só em uma única granja. Não saiu daquela granja. No Brasil, em 28 dias, que é período de duas incubações do vírus, então nos fizemos um vazio sanitário de 28 dias, dois ciclos. Abatemos 17 mil animais que possivelmente estavam contaminados de uma única granja e cercamos o foco. 28 dias pudemos atestar e o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal do Brasil livre da gripe aviária. Sabe como acontece lá nos Estados Unidos? Nos Estados Unidos já foram abatidos 170 milhões de aves. No Brasil 17 mil. Os focos lá se perpetuam. Na Europa também é assim, em todos os países do mundo. Então o Brasil, com essa capacidade de produzir e com garantia sanitária, ganha mercado, ganha garantia de qualidade dos produtos brasileiros, e isso é uma oportunidade que está se revertendo em emprego, renda, crescimento da economia aqui no nosso país”, explicou.

Fonte: Agência Gov

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