Primeiras-damas se movimentam para disputar vagas na Assembleia de Pernambuco em 2026

As eleições de 2026 podem marcar uma mudança no perfil da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com o avanço de primeiras-damas municipais como pré-candidatas ao Legislativo estadual. Figuras como Andrea Medeiros, de Jaboatão dos Guararapes, e Viviane Facundes, de Gravatá, já articulam suas pré-candidaturas em busca de capital político próprio.

Nesta segunda-feira (7), Andrea oficializou sua filiação ao PSD, partido da governadora Raquel Lyra, em um gesto de alinhamento político. Esposa do prefeito Mano Medeiros (PL), reeleito em 2024 com ampla votação, Andrea desponta como nome forte, beneficiada pela visibilidade do cargo e pela transferência de votos.

Viviane Facundes, além de primeira-dama, é secretária de Obras e vem ganhando espaço nas redes sociais e em eventos públicos. Apesar de já ter enfrentado uma denúncia de nepotismo, ela tem se destacado em eventos como o São João de Gravatá, ampliando sua popularidade.

Esse movimento, porém, não é inédito. Atualmente, três deputadas estaduais na Alepe iniciaram suas trajetórias como primeiras-damas: Socorro Pimentel (UB), Roberta Arraes (PP) e Simone Santana (PSB). Todas foram eleitas com apoio dos maridos, ex-prefeitos de seus municípios, e hoje possuem atuação própria no parlamento.

A cientista política Fernanda Negromonte alerta que esse tipo de candidatura nem sempre representa, de fato, o avanço da representatividade feminina. Já o professor Ernani Carvalho destaca que a legislação que exige cotas de gênero impulsiona a entrada de mulheres, mas o espaço muitas vezes é ocupado por figuras familiares de políticos tradicionais.

Com apenas 14% de mulheres entre os 49 deputados da Alepe, a possível entrada de primeiras-damas em 2026 reflete tanto um avanço da presença feminina quanto a permanência de estruturas tradicionais de poder na política estadual.

Fonte: JC PE

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