O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não colocará em pauta o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF), ainda que o requerimento receba a assinatura de todos os senadores. A declaração foi feita durante reunião com líderes partidários na residência oficial do Senado, na última quarta-feira (6).
A fala foi direcionada especialmente ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos principais defensores da proposta. “Não se trata de uma questão numérica, mas de uma avaliação jurídica”, teria dito Alcolumbre, segundo apuração do Metrópoles. Ele também reforçou que a prerrogativa de pautar pedidos de impeachment de ministros é exclusivamente do presidente da Casa.
A resposta veio em meio à pressão da oposição, que ocupou o plenário do Senado por dois dias e exigia o andamento de um “pacote da paz”, em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada por Moraes. As demandas incluíam:
Mesmo após o anúncio de que 41 senadores já assinaram o pedido de impeachment, Alcolumbre manteve sua posição e disse que qualquer nova solicitação será avaliada com responsabilidade, mas sem ceder a pressões políticas.
A oposição encerrou a ocupação do plenário na quinta-feira (7), após uma nova reunião com Alcolumbre, na qual ele reafirmou que não será coagido a pautar temas sensíveis por pressão de aliados de Bolsonaro. Um episódio simbólico ocorreu quando oposicionistas pediram que ele ligasse para o senador Magno Malta (PL-ES), que estava amarrado à mesa do plenário — e Alcolumbre se recusou. Nos bastidores, avisou que qualquer resistência seria resolvida com apoio da polícia legislativa.
Fonte: Metrópoles