O senador Marcos do Val (Podemos-ES) rejeitou a proposta de afastamento temporário do mandato por seis meses, articulada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), como forma de reduzir as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar, alvo de decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o uso de tornozeleira eletrônica, congelamento de salário e suspensão do uso de redes sociais, afirmou: “Não cometi nenhum crime. E não negocio com bandido”.
A chamada “saída honrosa” sugerida por líderes partidários e pelo próprio Alcolumbre prevê que, em troca do afastamento voluntário, a Advocacia do Senado solicite ao STF o abrandamento das sanções, incluindo a liberação de salário e verbas de gabinete. A proposta, no entanto, foi recusada pelo senador capixaba, que tem causado desconforto entre lideranças partidárias.
O procurador do Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), foi encarregado de conduzir as tratativas sobre o possível afastamento. Paralelamente, Alcolumbre estuda retomar o funcionamento do Conselho de Ética do Senado, inativo há mais de um ano, como forma de lidar com casos semelhantes internamente e evitar interferências do Judiciário.
Do Val é investigado por divulgar imagens de delegados da Polícia Federal ligados a inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Ele também desrespeitou ordem judicial ao viajar aos EUA com passaporte diplomático, sendo alvo de operação da PF ao retornar ao Brasil.
Fonte: Metrópoles