O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde o início de 2025, solicitou ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorização para exercer seu mandato remotamente. Em ofício, o parlamentar alegou estar em missão de “diplomacia parlamentar” e citou a pandemia de covid-19 como precedente para o trabalho a distância. “Não se pode admitir que o que foi assegurado em tempos de crise sanitária deixe de sê-lo em um momento de crise institucional ainda mais profunda”, escreveu.
Em março, Eduardo anunciou que buscaria sanções internacionais contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram recentemente indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. A investigação aponta que Eduardo atuou para incentivar sanções contra o Brasil com o objetivo de influenciar o caso do pai.
Embora tenha participado remotamente de uma subcomissão da Câmara em julho, a proposta de um “mandato à distância” foi rechaçada por Hugo Motta. “Não há previsão regimental para isso”, afirmou, criticando ainda parlamentares que atuam contra os interesses do país. “Não posso concordar com quem busca medidas que prejudiquem a economia nacional”, completou.