O Senado Federal protocolou um pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes, acusado de reincidir em ataques considerados como violência política de gênero contra a prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias. A solicitação foi apresentada na última quinta-feira (4), com base em ação do Ministério Público Eleitoral.
O caso teve início em abril de 2024, quando Ciro se referiu à então senadora interina como “assessora para assuntos de cama do Camilo Santana” e “cortesã”. Ele foi condenado a pagar R$ 52 mil de indenização por danos morais. No entanto, declarações recentes reacenderam a polêmica. Em novo ataque, Ciro afirmou que Janaína “recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana”.
O Senado justificou o pedido de prisão pela reincidência, pela influência política de Ciro e pelo risco à integridade da prefeita. Caso a prisão não seja decretada, o órgão sugere medidas alternativas, como a proibição de contato e novas manifestações ofensivas.
A defesa de Ciro Gomes, representada pelo advogado Walber Agra, nega as acusações e afirma que o pedido busca “criminalizar um discurso nitidamente político”. Segundo ele, Ciro apenas criticava critérios “não-republicanos” na escolha de cargos públicos no Ceará.
Janaína Farias classificou os novos ataques como ainda mais graves, afirmando que ferem sua imagem pública e sua dignidade como mulher e gestora.