A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado provocou forte repercussão entre parlamentares do Piauí. Enquanto deputados da base governista classificaram a decisão como um marco necessário para a defesa da democracia, oposicionistas criticaram o julgamento e reforçaram o apoio a uma proposta de anistia em tramitação no Congresso Nacional.
O deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI) lamentou o momento, mas considerou a decisão correta. “Não é bom para a história do Brasil ter um ex-presidente condenado dessa maneira, mas a lei tem que ser aplicada. Esse julgamento serve de exemplo a outras tentativas de golpe. Lamento, mas foi necessário e foi correto”, afirmou.
Em contraponto, o deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), líder da oposição no estado, questionou a condução do processo. “Não houve julgamento com isenção. Ninguém faz golpe sem arma ou sem apoio das instituições. O que vimos foi depredação praticada por vândalos, mas o Supremo transformou isso em uma ação de golpe. São dois pesos e duas medidas”, disse.
Arcoverde também defendeu a aprovação de uma anistia ampla para os condenados nos processos relacionados ao 8 de janeiro e afirmou que a oposição pode obstruir votações para pressionar pela inclusão do tema na pauta da Câmara. “O país só terá paz quando votarmos a anistia. Eu sou totalmente favorável a uma anistia ampla e irrestrita”, declarou.
Na noite de quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
A pena total se divide entre 24 anos e 9 meses de reclusão, 2 anos e 6 meses de detenção e 124 dias-multa, cada um fixado em dois salários mínimos. O STF levou em conta a idade de Bolsonaro, de 70 anos, para aplicar redutores em algumas infrações, mas também considerou agravantes, como a condição de liderança em organização criminosa.