A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (25/9), um requerimento de prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, figura central em um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O pedido foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que apontou “veementes indícios de materialidade e autoria” por parte do advogado.
Embora aprovado pela comissão, o requerimento ainda precisa ser analisado pela Polícia Federal, que já se manifestou favorável. No entanto, o ministro André Mendonça, do STF, negou o pedido de forma monocrática, o que impede sua execução imediata.
Segundo o requerimento, a liberdade de Wilians representaria risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal, destacando seu poder econômico e político, além de indícios de intimidação de testemunhas e ocultação de bens.
O escândalo dos descontos indevidos
O caso veio à tona após reportagens do Metrópoles, a partir de dezembro de 2023, que revelaram um esquema bilionário de descontos não autorizados em aposentadorias. As investigações apontam que entidades ligadas ao empresário Maurício Camisotti — cliente de Wilians — arrecadaram até R$ 2 bilhões em um ano por meio dessas fraudes.
As denúncias levaram à Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2024, que resultou nas demissões do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
Quem é Nelson Wilians
Conhecido por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, Nelson Wilians é dono de um dos maiores escritórios de advocacia do país. Ele é investigado por repasses milionários ao empresário Camisotti, feitos tanto em nome pessoal quanto por meio de sua banca. Também é apontado como envolvido em transações imobiliárias suspeitas, como a compra de uma mansão de R$ 22 milhões no bairro nobre Jardim Europa, em São Paulo, associada a Camisotti.
Ao depor à CPMI, no último dia 18, Wilians se recusou a assinar o compromisso de dizer a verdade, amparado por decisão do STF, o que gerou tensão com o relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).
Fonte: Metrópoles