O relator do Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, deputado Arthur Lira (PP-AL), negou nesta sexta-feira (26/9) qualquer tentativa de vincular a votação da proposta a outras pautas legislativas, como o PL da Dosimetria, a PEC da Blindagem ou projetos de anistia. “Nunca foi motivo de chantagem para qualquer outra pauta”, afirmou o presidente da Câmara em entrevista ao videocast Me Conta +, lançado hoje pela Casa.
A fala de Lira confirma declaração anterior do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao portal Metrópoles, de que não há relação entre a tramitação do projeto e outras matérias em pauta no Congresso. Lira ainda criticou o que chamou de “narrativas construídas pela imprensa” de que a Câmara estaria retardando a votação por interesses políticos.
A proposta, considerada prioritária pelo governo federal, prevê isenção total para rendimentos de até R$ 5 mil e redução parcial de imposto para quem recebe até R$ 7.350. A medida também inclui compensações que miram a taxação de dividendos e aumento da contribuição da parcela mais rica da população — ponto que ainda gera impasses com municípios, que temem perda de arrecadação estimada em até R$ 10 bilhões.
Disputa com Renan Calheiros
Lira aproveitou a ocasião para responder indiretamente ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu adversário político e relator de um texto alternativo sobre o mesmo tema no Senado. Renan acusou a Câmara de tentar adiar a vigência da isenção para 2027, com fins eleitorais. “Vocês nunca ouviram deste parlamentar ou do Congresso que a Câmara está fazendo críticas ao Senado porque projeto A ou B demorou lá”, rebateu Lira.
A proposta deve ser votada no plenário da Câmara na próxima quarta-feira (1º/10). Segundo Lira, há consenso em todos os espectros ideológicos da Casa para aprovar a isenção, um dos compromissos de campanha do presidente Lula. A disputa agora gira em torno de quem irá colher os créditos políticos da medida.
Fonte: Metrópoles