Durante a sustentação oral no julgamento da Ação Penal que apura a tentativa de golpe de Estado, o advogado Jair Alves Pereira, defensor de Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator no caso — afirmou nesta terça-feira (2/9) que não houve coação contra seu cliente por parte da Polícia Federal (PF) ou do ministro Alexandre de Moraes.
“Eu posso não concordar com o relatório e com o indiciamento do delegado, e de fato não concordo. Agora, nem por isso posso dizer que ele coagiu o meu cliente”, afirmou Pereira. Ele também elogiou a atuação da equipe da PF, classificando-a como “extremamente ética e profissional”. Segundo o advogado, Cid jamais foi ouvido sem a presença da defesa.
A fala contradiz insinuações feitas por aliados de Bolsonaro, que apontavam possível pressão da PF para forçar a colaboração do ex-ajudante. Mauro Cid é considerado peça-chave nas investigações, tendo revelado detalhes do suposto plano golpista em delação premiada.
O núcleo central da trama, segundo a Procuradoria-Geral da República, era composto pelos principais articuladores do plano para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições. São eles:
Os oito são acusados dos seguintes crimes:
Exceção: Alexandre Ramagem teve dois crimes (dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado) suspensos pela Câmara dos Deputados, em maio. Ele responde apenas aos três primeiros.
O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente). A maioria simples (3 votos) define o resultado.
O relator, Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão pode ser concluída em setembro, salvo pedido de vista.
Caso os réus sejam condenados, o STF definirá penas individualizadas para cada um dos envolvidos.
Fonte: CNN Brasil