O Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou dados alarmantes sobre a desigualdade racial nos homicídios registrados em Alagoas. Em 2023, 98,8% das pessoas assassinadas no estado eram negras. Ao todo, foram 1.161 negros mortos, contra apenas 10 não negros — de um total de 1.171 vítimas com etnia identificada.
O número diverge do total de homicídios registrados oficialmente no estado no ano, que foi de 1.194. A diferença, segundo o Atlas, se deve a 23 casos cujas vítimas não tiveram a raça ou etnia informadas nos registros.
Alagoas já se destaca há anos pela disparidade racial nos índices de violência. Entre 2013 e 2023, o risco de uma pessoa negra ser assassinada no estado foi 793,2% maior que o de uma pessoa não negra — a segunda maior taxa do país, atrás apenas do Amapá (1.177,5%).
A desigualdade também é evidente nos casos de feminicídio. Em 2023, 71 mulheres negras foram vítimas desse tipo de crime em Alagoas, contra apenas uma mulher não negra.
Embora o estado tenha registrado uma alta nos homicídios em relação a 2022 — passando de 1.136 para 1.194 casos —, os números ainda representam uma queda significativa em comparação a 2013, quando 2.148 pessoas foram assassinadas. Segundo o Fórum, Alagoas poderia estar entre os estados com redução sistemática da violência, não fossem os aumentos registrados em 2021 e 2022.
Fonte: G1 AL