Alcolumbre diz que não há como barrar CPMI do INSS e pressiona Planalto

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), informou à ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS será instalada conforme prevê o regimento do Congresso, após a leitura do requerimento — prevista para a próxima sessão conjunta do dia 27 de maio. Com o número mínimo de assinaturas já atingido nas duas Casas, Alcolumbre afirmou que não há como barrar a criação da comissão, restando apenas a possibilidade de adiar a sessão como forma de manobra política.

A ministra buscava uma forma de evitar a instalação da CPMI, sob o argumento de que a comissão poderia interferir em investigações já em curso pela Polícia Federal. Ela chegou a interromper sua participação na comitiva presidencial ao funeral do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica para tratar do assunto com o presidente do Senado.

No Planalto, há divisão sobre como lidar com o avanço da CPMI. Parte do PT defende que, se a comissão for inevitável, o partido deve assumir o controle de seus principais cargos — presidência, vice e relatoria — para garantir protagonismo e condução estratégica dos trabalhos. A movimentação mais recente foi a adesão do senador Fabiano Contarato (PT-ES) ao requerimento da comissão, o que causou desconforto interno na base governista.

A oposição está começando a ficar insegura. Essa CPMI tem muito mais a revelar sobre eles do que sobre nós”, afirmou, sob reserva, um senador petista.

A criação da CPMI do INSS tem potencial para se tornar um novo foco de tensão entre Congresso e Planalto, em meio a disputas por espaço político e controle de narrativas sobre fraudes e irregularidades na Previdência Social.

 

 

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