A adesão de cinco deputados do PSDB ao requerimento de urgência do projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro gerou forte reação de lideranças históricas do partido e acendeu uma crise interna. O episódio ocorre em meio às negociações para uma federação com o Podemos.
Atualmente com apenas 13 deputados na Câmara, o PSDB viu 38% da bancada — Beto Pereira (MS), Beto Richa (PR), Daniel Trzeciak (RS), Geovania de Sá (SC) e Lucas Redecker (RS) — apoiarem o pedido para que a proposta fosse votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. Os cinco são ligados à ala do partido identificada como mais próxima do bolsonarismo.
A movimentação irritou os chamados “cabeças brancas” da legenda, que pressionaram pela retirada das assinaturas. Segundo apurou a CNN, ao menos um dos parlamentares se comprometeu a pedir a exclusão simbólica do apoio — o que ainda não foi oficializado.
Embora haja um entendimento, mesmo entre setores moderados do PSDB, de que a dosimetria das penas aplicadas precisa ser debatida, há resistência firme à ideia de “impunidade pura e simples”.
“O partido reagiu fortemente no Brasil inteiro. O PSDB tem história, e a anistia não tem nada a ver com ela”, afirmou o ex-senador José Aníbal, presidente do diretório municipal em São Paulo. Nas redes sociais, ele citou Ulysses Guimarães: “Democracia é um bem absoluto. Como disse Ulysses: ‘traidor da democracia é traidor da pátria’”.
Fonte: CNN Brasil