Um dia após o incêndio que atingiu o pavilhão dos países na Zona Azul da COP30, em Belém (PA), um acordo climático acabou sendo assinado de forma improvisada dentro de uma padaria próxima ao centro do evento. Sem cerimônia ou estrutura oficial, Davidson Gibson, ministro da Mudança Climática de Vanuatu, e um representante do escritório da ONU para projetos e serviços firmaram o documento sentados em cadeiras de madeira da panificadora Do Sul, localizada a menos de um quilômetro do local afetado pelas chamas. O acordo prevê avanços em transparência climática em conformidade com o Acordo de Paris.
Nas redes sociais, a cena gerou reações divididas: enquanto alguns elogiaram a persistência dos negociadores, outros criticaram a situação e atribuíram o improviso à falta de estrutura da conferência após o incidente.
Segundo o governo federal, 27 pessoas ficaram feridas no incêndio — todos por inalação de fumaça ou crises de ansiedade — e seis seguem internadas em Belém. O fogo começou por volta das 14h e foi controlado em cerca de seis minutos. Não houve casos de queimaduras.
O ministro envolvido no acordo representa Vanuatu, país insular do Oceano Pacífico composto por cerca de 80 ilhas e 240 mil habitantes. Situado em uma região de intensa atividade tectônica, o arquipélago enfrenta frequentes erupções vulcânicas, tremores e maremotos, fatores que o colocam entre as nações mais vulneráveis aos efeitos da crise climática.