Barroso encerra presidência do STF com críticas a Bolsonaro e diz que pacificação foi frustrada

No último dia de seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou nesta sexta-feira (26/9) que não conseguiu promover a pacificação do país durante sua gestão. Em encontro com jornalistas, Barroso disse que os julgamentos dos atos golpistas de 8 de janeiro e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dificultaram esse processo.

“Quem teme ser preso está querendo briga, e não pacificação”, afirmou o ministro, em clara referência a Bolsonaro, condenado recentemente a 27 anos de prisão pela Primeira Turma do STF por tentativa de golpe. Barroso classificou a decisão como um marco para encerrar o “ciclo do atraso” da história política brasileira.

O ministro também comentou as sanções impostas pelos Estados Unidos a membros do STF, como a revogação de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky. Ele afirmou que os EUA foram influenciados por uma “narrativa distorcida” dos apoiadores de Bolsonaro e defendeu uma reação futura, política ou judicial, após o fim dos julgamentos.

Barroso ainda relembrou sua posição contrária ao voto impresso, considerada por ele uma das decisões mais difíceis na Corte. Ele ressaltou o risco que a medida representaria diante de grupos extremistas. “Ali se jogou uma cartada decisiva na democracia brasileira”, declarou.

A presidência do STF será assumida por Edson Fachin na próxima segunda-feira (29/9). Barroso afirmou que pretende agora escrever suas memórias em um livro.

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