BNDES e BNB investem R$ 100 milhões na recuperação da Caatinga

O Consórcio Nordeste lançou oficialmente, nessa terça-feira (11), durante a COP30, o Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica (PTE-NE) — um instrumento inédito de planejamento regional que consolida a visão do Nordeste como protagonista da transição ecológica brasileira. O plano reúne 47 propostas e 324 ações prioritárias, elaboradas com a participação de 515 representantes dos nove estados da região, sob coordenação do Consórcio e em parceria com o Ministério da Fazenda, a OEI e a Open Society Foundations.

O documento traça uma nova rota de desenvolvimento sustentável, com base em seis eixos estruturantes: Finanças Sustentáveis e Inclusivas; Adensamento Tecnológico; Bioeconomia e Sistemas Agroalimentares Adaptados; Transição Energética; Economia Circular e Solidária; e Infraestrutura Verde-Azul e Adaptação Climática.

Durante o lançamento, o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou a importância do plano como um marco histórico de integração regional e cooperação com o governo federal:

“Muito feliz de lançar aqui na COP30, a COP do Brasil, a COP da implementação, o Plano de Transformação Ecológica Brasil Nordeste. Alinhado, claro, com o plano de transformação ecológica do Brasil, do presidente Lula, coordenado pelo ministro Haddad e pela ministra Marina, e tratando de temas específicos do Nordeste — sobretudo o grande potencial que nós temos na bioeconomia, nos nossos principais biomas, em especial a Caatinga, mas também o Cerrado e a vegetação costeira da região. E já celebramos aqui parcerias com o BNDES e o BNB, de mais de cem milhões de reais na recuperação e reflorestamento de áreas degradadas dos nossos biomas. Essa é uma conquista concreta dentro do plano, em parceria com as instituições financeiras federais”, afirmou Rafael Fonteles.

Entre as primeiras conquistas concretas do PTE-NE, foi anunciado o acordo entre o BNDES e o Banco do Nordeste (BNB), destinando R$ 100 milhões para o Programa Floresta Viva, voltado ao recaatingamento — recuperação da vegetação nativa e de áreas degradadas no bioma da Caatinga, inicialmente em Sergipe e Piauí, com expansão prevista para todo o Nordeste.

O lançamento do plano e o anúncio do financiamento ocorreram na Zona Verde da COP30, no espaço do Consórcio Nordeste, com a presença dos governadores da região, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, de dirigentes do Banco do Nordeste, além de autoridades, representantes da sociedade civil e da comunidade científica.

O Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica posiciona a região como laboratório vivo de inovação social e ecológica, articulando políticas públicas, investimentos verdes e saberes tradicionais em torno de um novo modelo de desenvolvimento.

O recaatingamento surge como símbolo dessa transformação — unindo preservação ambiental, geração de renda e valorização das comunidades locais. A proposta prevê Zonas de Desenvolvimento Sustentável da Caatinga, pagamentos por serviços ambientais, apoio a cooperativas e startups verdes, além de plataformas de monitoramento e polos tecnológicos para o uso sustentável do bioma.

Rafael Fonteles também reforçou que o plano consolida uma nova fase do federalismo cooperativo, com foco em financiamento e inclusão social:

“Esse plano é alinhado com o plano de transformação ecológica do governo federal. Não há como fazer um plano ousado sem parceria e alinhamento com o governo federal. E ele traz temas específicos da nossa região, que tem o maior potencial do Brasil na bioeconomia e na transição energética. O desafio é garantir o financiamento para tantas iniciativas que queremos desenvolver nas cidades e territórios do Nordeste — da economia circular à infraestrutura hídrica, passando pela industrialização verde. Essa COP foi muito exitosa, porque tivemos boas notícias do BNDES, do BNB, da FINEP e dos ministérios envolvidos. Nossa luta é garantir que esse potencial se reverta em benefício direto para o nosso povo. É um plano feito focado nas pessoas, pra que vivam com mais dignidade, com mais renda e sempre com respeito ao meio ambiente”, declarou o governador.

Com o lançamento do PTE-NE, o Nordeste assume definitivamente o papel de liderança climática e de vanguarda ecológica do Brasil, transformando seus desafios históricos em oportunidades reais de prosperidade sustentável e inclusiva.

Fonte: Consórcio Nordeste

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