O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), afirmou que é inaceitável “atropelar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin nas tratativas para conter os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Em entrevista ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Brandão criticou a atuação isolada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem tentado articular diretamente com autoridades americanas.
“Quando o presidente Lula delegou ao vice Alckmin a condução do processo, temos que ouvir primeiro o vice-presidente. Não dá para atropelar o vice, o presidente Lula, sem saber o que eles estão pensando”, declarou Brandão, ressaltando que o Maranhão vem dialogando com as federações estaduais de comércio e indústria para levantar dados sobre os impactos locais.
Para o governador maranhense, a postura de Tarcísio — cotado como possível candidato à Presidência em 2026 — demonstra resistência em aceitar a liderança de Lula no processo. “Talvez ele não queira estar sendo liderado pelo presidente Lula nesse processo”, avaliou.
Brandão alertou ainda para os impactos econômicos diretos do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, especialmente no setor de celulose. Segundo ele, a medida deverá provocar uma queda de 16% no faturamento da Suzano, maior empresa do ramo, que tem operações significativas na Bahia e no Maranhão. Ele também destacou que 70% do combustível que abastece o Brasil chega via o Porto do Itaqui, o mais próximo dos EUA, e poderá sofrer impactos nos preços.
Fonte: Metrópoles