O governo brasileiro recusou, nesta sexta-feira (22), a proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) de subsidiar a hospedagem de delegações de países menos desenvolvidos durante a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). A ONU sugeriu um auxílio de US$ 100 por dia para esses representantes, mas a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, foi enfática: “Não cabe aos brasileiros arcarem com as delegações de outros países.”
A negativa ocorre em meio a críticas internacionais sobre o aumento abusivo nas tarifas de hospedagem em Belém, com relatos de preços até dez vezes maiores que o habitual. Organizações alertam para o risco de a COP30 se tornar a mais excludente da história.
Apesar de não aceitar o subsídio com recursos públicos, o governo brasileiro apoiou uma reavaliação por parte da própria ONU sobre os valores destinados à hospedagem. Atualmente, a diária padrão para Belém é de US$ 149 — significativamente menor que os US$ 250 fixados para cidades como São Paulo.
O governo também reafirmou que não há chance de mudar a sede do evento. “A COP será em Belém”, assegurou Belchior, citando contratos já firmados e obras em andamento. Como alternativa, o Brasil busca soluções que não envolvam recursos públicos para amenizar os custos.
Segundo o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, 47 países já confirmaram presença. A expectativa é que ajustes no apoio financeiro da ONU permitam a participação de delegações mais vulneráveis, sem comprometer a inclusão no evento.