Faltando apenas dez dias para o fim do prazo dado por Joel Rodrigues para a saída de deputados “infiéis” do Progressistas (PP), o presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira, anunciou que irá buscar uma solução consensual com os parlamentares, rejeitando a possibilidade de expulsão. A medida foi imposta por Joel no final de 2024, quando ele exigiu que os deputados Marden Menezes, Bárbara do Firmino e Dr. Thales deixassem a sigla. No entanto, Marden Menezes já se manifestou publicamente contra a saída do partido, recusando a ideia de deixar a legenda.
Ciro Nogueira, em entrevista, criticou a ideia de expulsar os parlamentares. Segundo ele, o objetivo é buscar um entendimento pacífico, respeitando a pluralidade do partido. “Vamos conversar com esses deputados. A tendência é que eles saiam do partido, porque nós temos que montar a nossa chapa com pessoas com perfil de oposição. Não é justo a pessoa estar no governo e competir com quem está fora dele, mas eu sou contra a expulsão”, afirmou Ciro. O presidente do PP ressaltou ainda que o partido precisa de representantes alinhados com a oposição para seguir fortalecendo sua agenda.
Em sua fala, Ciro Nogueira enfatizou que o Progressistas busca um projeto político para o Piauí, com uma proposta de oposição ao governo estadual, e não apenas um jogo de poder. Ele criticou a atual situação política do estado, que, segundo ele, acumula anos de atraso e baixos índices de desenvolvimento econômico. “O Piauí não pode continuar sendo um estado onde a grande maioria da população só deixa de herança para seus filhos o Bolsa Família. Precisamos criar uma alternativa de prosperidade e desenvolvimento”, disse o senador.
Sobre possíveis nomes para a disputa pelo governo do Piauí, Ciro indicou que estão sendo avaliados alguns nomes, como o de Joel Rodrigues, Gracinha, e a deputada Margareth Coelho. “Estamos discutindo nomes que possam representar um projeto de mudança para o estado, com uma proposta consistente que traga investimentos e soluções reais para o Piauí”, explicou Nogueira.
Críticas ao Apoio a Lula
Ciro Nogueira também se posicionou contra uma eventual adesão do Progressistas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador afirmou ser “radicalmente contra” a ideia de que o PP se alinhasse ao governo em troca de cargos. Para ele, o partido não precisa de benefícios para apoiar o que é bom para o Brasil. “Nós não precisamos apoiar projetos importantes para o Brasil em troca de cargos. O que for bom para o Brasil nós vamos apoiar. O Progressistas faz oposição ao governo, não ao Brasil”, afirmou.
Ciro Nogueira também criticou a prática de cooptação de partidos políticos por meio de cargos, uma estratégia que, segundo ele, já não funciona mais. “A população está vigilante e quer projetos que realmente resolvam os seus problemas”, concluiu.
Com a definição de como o partido lidará com os deputados em desacordo com a linha do PP e as possíveis candidaturas para o governo do estado, o Progressistas se prepara para um novo capítulo político no Piauí, em busca de uma alternativa para os desafios enfrentados pela população.