O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (17) que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado será pautado exclusivamente pelos “fatos e provas”, e que a Corte não se deixará influenciar por interesses políticos ou pelo calendário eleitoral. Em uma conversa com alunos do SESI em São Paulo, Dino reforçou que o STF segue um “código de conduta” e que nenhum membro da Corte comprometerá sua biografia ou ética profissional ao julgar o caso.
A declaração de Dino foi uma resposta às especulações sobre a rapidez do julgamento de Bolsonaro, que foi comparada com a morosidade de outros processos, como o do Mensalão. Na última sexta-feira (14), Bolsonaro criticou a “agilidade” do STF em seu caso, lembrando que investigações anteriores, como as do inquérito das fake news, demoraram anos para serem concluídas. “Deram 15 dias para razões de defesa, incluindo carnaval. Tem mais de cem mil páginas”, afirmou o ex-presidente em entrevista ao podcast “Flow”.
Flávio Dino rebateu essas críticas, afirmando que as mesmas pessoas que criticam a rapidez do processo de Bolsonaro eram as que anteriormente reclamavam da lentidão dos inquéritos sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. “Ora dizem que o Supremo está demorando demais, ora dizem que o Supremo está demorando de menos. Isso é uma prova da idoneidade do Supremo, porque é a prova que não há casuísmo”, afirmou o ministro.
De acordo com informações apuradas pela CNN, os ministros da Primeira Turma do STF já estão analisando um HD contendo todos os elementos da investigação. O julgamento está previsto para os dias 25 e 26 de março.
Com informações da CNN Brasil