General admite no STF ter idealizado plano que previa assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro (PL), admitiu nesta quinta-feira (24), em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), ser o autor do plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. O documento, segundo a Polícia Federal (PF), detalhava uma conspiração para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Durante o depoimento, Fernandes afirmou que o plano era apenas um “pensamento” pessoal e um “estudo de situação”, que foi digitalizado e, segundo ele, nunca compartilhado. “Foi um compilar de dados, uma análise de riscos que resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém”, disse o militar, que também confirmou ter impresso o documento, alegando que o rasgou em seguida.

A PF, no entanto, apurou que três cópias do plano foram impressas no Palácio do Planalto, e que Fernandes esteve no Palácio da Alvorada pouco depois, onde se encontravam Jair Bolsonaro e o então ajudante de ordens, Mauro Cid. O plano previa o uso de armamento pesado e o envenenamento dos alvos em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula.

Fernandes, que foi preso em novembro de 2024, é apontado como um dos nomes mais radicais da tentativa de golpe de Estado investigada pela PF. Ele teve atuação destacada em acampamentos golpistas após a derrota de Bolsonaro nas eleições e, segundo Mauro Cid, era um dos principais incentivadores de uma intervenção das Forças Armadas.

Além de ter ocupado cargos estratégicos no governo Bolsonaro, o general chefiou o Comando de Operações Especiais entre 2018 e 2020, grupo conhecido como “kids pretos”. Ele também foi assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde.

As investigações apontam que o então presidente Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano. A Procuradoria-Geral da República segue apurando o envolvimento de outras autoridades.

Fonte: CNN Brasil

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