O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou nesta terça-feira (11/11) a votação do Projeto de Lei Antifacção. A previsão é que a matéria seja analisada nesta quarta-feira (12/11), após a construção de um texto de consenso entre o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), e as lideranças partidárias.
Segundo líderes que participaram de reunião com Motta, o adiamento atendeu a um pedido do governo federal. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), confirmou que a decisão visa permitir novas negociações.
“O presidente Hugo Motta atendeu ao nosso pedido para não votar a matéria hoje. Vamos buscar entendimento até a noite, e se for preciso, a madrugada toda, para votarmos amanhã”, afirmou Guimarães.
O projeto tem gerado críticas de governistas, especialmente por propor mudanças nas regras de atuação da Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizado. Em versões anteriores, o texto restringia a ação da PF em operações conjuntas com polícias estaduais, exigindo solicitação formal dos governos locais.
Após repercussão negativa, Derrite recuou e manteve a autonomia da Polícia Federal, estabelecendo apenas que a corporação deverá comunicar as operações às autoridades estaduais competentes.
O presidente da Câmara ainda deve se reunir com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para discutir o texto antes da votação.