JHC promete ficar na Prefeitura de Maceió em troca de nomeação da tia ao STJ

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), do PL, prometeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não será candidato ao Senado nem ao Governo de Alagoas em 2026, comprometendo-se a concluir seu mandato na prefeitura. Em troca, Lula deve nomear a tia de JHC, a procuradora de Justiça Maria Marluce Caldas Bezerra, para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A permanência de JHC no cargo abre caminho para o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, disputar o Senado. Lira é relator do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil — uma das principais apostas do governo federal para a campanha de reeleição em 2026.

O governo temia que uma eventual candidatura de JHC atrapalhasse os planos de Lira e, por consequência, travasse o avanço do projeto. O prefeito havia se comprometido com Lira a deixar a prefeitura em abril de 2026 para disputar o governo estadual, o que também daria palanque ao deputado. No entanto, a articulação com Lula, que inclui apoio ao ministro Renan Filho (MDB) para o governo, muda o cenário político em Alagoas.

Em jogo também estão as duas vagas ao Senado por Alagoas em 2026: a de Renan Calheiros (MDB), que tentará a reeleição, e a ocupada interinamente por Eunice Caldas (PL), mãe de JHC. O senador Renan negou ter discutido a desistência de candidatura com o prefeito, mas disse que, se ele deixar a prefeitura, será seu candidato ao Senado.

Apesar do acordo, há desconfiança entre aliados e adversários de JHC, que já teria descumprido compromissos anteriores. A nomeação da tia ao STJ pode não ser garantia de que o prefeito manterá sua palavra até abril de 2026.

A aproximação de JHC com Lula é vista como um trunfo político para o presidente no Nordeste. O prefeito, atualmente filiado ao PL, pode migrar de volta ao PSB, partido pelo qual já disputou eleições. Alagoas foi o único estado do Nordeste em que Jair Bolsonaro venceu Lula em 2022.

A definição desse acordo também deve ajudar a destravar o projeto do Imposto de Renda, que Lira deve relatar até a próxima segunda-feira (14). O governo pretende votar a proposta ainda antes do recesso parlamentar, marcado para 18 de julho.

Fonte: TNH1

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