A Justiça Eleitoral de Roraima concedeu, nesta quinta-feira (31), uma liminar que suspende temporariamente a investigação da Polícia Federal contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud. A decisão, assinada pelo desembargador Jésus Rodrigues do Nascimento, vale até o julgamento final do habeas corpus apresentado pela defesa e anula a busca e apreensão autorizada anteriormente contra o dirigente.
De acordo com o magistrado, não há indícios concretos de envolvimento de Xaud em crime eleitoral, o que levou à suspensão da investigação sobre suposta compra de votos nas eleições municipais de 2024, no âmbito da Operação Caixa Preta, deflagrada pela Polícia Federal.
Além de Samir Xaud, também são alvos da investigação a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e o empresário Renildo Lima, preso em 2024 com R$ 500 mil escondidos na cueca, durante o pleito municipal. Ao todo, dez pessoas estão sendo investigadas, mas nenhuma prisão foi decretada até o momento.
Na quarta-feira (30), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Roraima e no Rio de Janeiro, e a Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos envolvidos.
Em nota divulgada pela CBF, Samir Xaud afirmou:
“Sei de onde eu vim, sei quem eu sou e mantive a tranquilidade nos últimos dias, apesar da injustiça cometida e da grave exposição negativa da minha imagem. Seguirei trabalhando com foco, fé e honestidade em prol do futebol brasileiro.”
Samir Xaud, médico de formação e natural de Boa Vista, foi eleito em maio deste ano como o mais jovem presidente da CBF, aos 41 anos. Ele é filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol desde 1975. Samir e Helena da Asatur são do MDB e integram o mesmo grupo político no estado.
A Polícia Federal ainda não detalhou como o suposto esquema de compra de votos funcionaria.