Relatos obtidos pelo Metrópoles apontam que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) fez críticas contundentes à condução do atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Em mensagens enviadas a um grupo de WhatsApp, Lira teria afirmado que a Câmara está “desorganizada” e que é preciso “reorganizar a Casa”, chamando a situação de “esculhambação”.
A insatisfação de Lira teria sido motivada pela votação que resultou na suspensão, e não na cassação, do mandato do deputado Glauber Braga (PSol-RJ). Deputados próximos afirmam que o alagoano lembrou que Motta já foi alvo de representação do PSol e avaliou que a decisão representou uma derrota para o presidente, com apoio de partidos do Centrão e do governo. A emenda que reduziu a punição foi aprovada por 318 votos, e Glauber chegou a comemorar no plenário.
O caso envolve episódio de abril de 2024, quando Glauber foi acusado de quebra de decoro por expulsar, com chutes, o militante do MBL Gabriel Costenaro das dependências da Câmara. O deputado alegou ter reagido a uma ofensa dirigida à sua mãe, já falecida.
Segundo parlamentares do PP, que falaram sob reserva, Motta teria colocado a possível cassação em pauta sem consultar lideranças, numa tentativa de “zerar” os temas pendentes do ano. O movimento se somou à decisão de levar ao plenário o PL da Dosimetria, relacionado aos investigados pelos atos de 8 de Janeiro.
A tensão entre Lira e Glauber é antiga: em 2024, o psolista chamou o então presidente da Câmara de “bandido” e o acusou de “roubar o orçamento público”. Deputados do PP afirmam temer a reação de Lira, que, segundo eles, “odeia” o parlamentar fluminense.
Fonte: Metrópoles