O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta terça-feira (21) as declarações do jurista italiano Luigi Ferrajoli, que elogiou a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e outros réus no julgamento do núcleo 1 da trama golpista. Fux foi o único a votar pela absolvição do ex-presidente na Primeira Turma da Corte.
Durante a sessão sobre o núcleo da desinformação (núcleo 4), Fux afirmou: “O mestre italiano que declarou não ter lido o meu voto e é um dos precursores do garantismo não tratou uma linha sequer à vedação ao tribunal de exceção entre outras garantias elementares”.
Sem citar nomes diretamente, o ministro criticou professores e teóricos que, segundo ele, “não conhecem a realidade brasileira” e “não leram o voto que comentaram”. “É preciso comentar quando se lê”, declarou.
Fux também afirmou que o resultado do julgamento anterior foi tomado “sob as brumas da paixão” e que “o tempo dissipará” essas emoções. O jurista italiano Ferrajoli, citado 11 vezes no voto de Fux, havia elogiado a condenação como um exemplo da “superioridade do Brasil na defesa do Estado Democrático de Direito”.
Ao final, o ministro antecipou que voltará a divergir dos colegas Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que votaram pela condenação dos réus do núcleo 4.
