O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na terça-feira (2) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), tem o direito à ampla defesa e à presunção de inocência. A declaração foi dada em São Paulo, durante entrevista a jornalistas após o velório do jornalista Mino Carta.
“Eu não tenho expectativa. A minha expectativa é que o tribunal julgue quem está julgando em função dos autos do processo, ninguém está julgando ninguém pessoalmente. Tem processo, tem autos, tem delação, tem provas e que a pessoa que está sendo acusada tem direito a presunção de inocência. Ele pode se defender como eu não pude me defender. Eu não reclamei, não fiquei chorando ”, afirmou Lula, em referência ao processo da Lava Jato, no qual foi condenado e preso antes de ter as sentenças anuladas.
O presidente ressaltou que deseja justiça baseada nos fatos e nas provas, não em posicionamentos pessoais ou políticos.
“Desejo para mim e para qualquer inimigo meu o direito de presunção de inocência, para que fiquem sabendo da verdade”, completou.
Bolsonaro é um dos oito réus do chamado núcleo 1 da suposta trama golpista que, segundo a Procuradoria-Geral da República, tentou reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse de Lula. Os crimes imputados incluem:
As penas máximas podem somar até 43 anos de prisão.
O julgamento começou na terça-feira (2) na Primeira Turma do STF e deve se estender até o dia 12 de setembro. Após as falas da acusação e das defesas, os ministros começam a votar. Para condenação ou absolvição, é necessária maioria entre os cinco ministros da turma. Caso algum ministro peça vista, o julgamento será suspenso e poderá ser retomado em até 90 dias.
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