O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por cerca de 30 minutos por telefone nesta segunda-feira (6). No diálogo, Lula pediu a Trump a revisão da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros e o fim de sanções aplicadas a autoridades do país, como o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os dois líderes relembraram a “boa química” do breve encontro ocorrido durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, e trocaram telefones para estabelecer uma via direta de comunicação.
Durante a conversa, Lula também destacou que o Brasil é um dos poucos países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit na balança comercial. Em resposta, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para tratar do tema com o governo brasileiro. As negociações devem envolver o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ainda segundo o Planalto, os dois presidentes concordaram em promover um encontro presencial em breve. Lula sugeriu a cúpula da ASEAN, que acontece a partir de 26 de outubro na Malásia, como local neutro para a reunião. O petista também reiterou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém, e se colocou à disposição para visitar os EUA.
Além das tarifas, o governo Trump também havia revogado vistos de autoridades brasileiras e incluído Alexandre de Moraes e sua esposa na lista de sanções da Lei Magnitsky, o que aumentou as tensões diplomáticas. Lula classificou o contato direto com Trump como uma oportunidade de restaurar as relações “amistosas” entre as duas maiores democracias do Ocidente.
