Ministro defende sigilo em investigação sobre fraudes no INSS e rebate críticas por demora

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, afirmou nesta quinta-feira (2) que optou por manter em sigilo as investigações sobre fraudes no INSS, mesmo sem comunicar diretamente o governo, para preservar a integridade das apurações. A declaração foi dada durante sessão da CPMI do INSS, que apura irregularidades em descontos associativos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

O ministro foi questionado sobre críticas feitas pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, que apontou uma suposta demora da CGU em alertar o Palácio do Planalto. Carvalho, no entanto, defendeu a atuação do órgão. “Era minha obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação. Eu mesmo tive acesso limitado às informações para garantir o sigilo”, disse.

As apurações resultaram na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano pela CGU e Polícia Federal, com um rombo estimado em R$ 6 bilhões. O ministro destacou que quase 300 servidores da CGU e 800 policiais federais participaram da investigação, e que o ressarcimento às vítimas começou apenas 90 dias após a operação.

Carvalho também se posicionou sobre os chamados descontos associativos, principal foco do esquema. Disse concordar com a suspensão do modelo atual e defendeu mudanças estruturais. “Sem um sistema de biometria e fiscalização, não há como garantir que o processo seja imune a fraudes”, afirmou.

O tema, segundo ele, também foi debatido em um grupo de trabalho com órgãos como INSS, TCU, DPU e Ministério da Previdência.

 

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