Após a ministra Cármen Lúcia formar maioria na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, parlamentares se manifestaram em Brasília. A decisão histórica gerou reações tanto entre aliados do governo quanto da oposição.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que “hoje é um dia histórico para a democracia brasileira” e classificou o voto de Cármen Lúcia como “contundente”. Para ele, a proposta de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro deve ser “enterrada”.
Também presente ao julgamento, o deputado Rogério Correia (PT-MG) apostou em um placar de 4 a 1 e disse esperar que as penas sejam aplicadas com urgência. “É um dia importante para o país e merece comemoração”, declarou. Sobre a proposta de anistia, reforçou: “Já nasceu morta”.
Já a oposição criticou duramente o resultado. O líder da bancada, deputado Zucco (PL-RS), acusou os ministros Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes de atuarem como “promotores de acusação” e classificou o ministro Flávio Dino como “político”. “Não houve devido processo legal”, disse o parlamentar.
Mesmo com a derrota, Zucco afirmou que o resultado fortalece a oposição:
“Eles acham que nos enterraram, mas esqueceram que somos sementes. Vamos crescer muito”, afirmou, enquanto um manifestante conhecido como “Trompetista” tocava a Marcha Fúnebre do lado de fora do Supremo.
O deputado Evair de Melo (PL-ES) também criticou o julgamento e disse que Cármen Lúcia demonstrou “desprezo” e “fadiga” durante a leitura de seu voto.
A votação segue com o último voto do ministro Cristiano Zanin, mas a maioria pela condenação já está garantida.