O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma coletiva de imprensa da oposição realizada no Congresso Nacional. O encontro foi convocado para anunciar um novo pedido de impeachment contra o magistrado.
Durante o pronunciamento, Gonçalves afirmou que gostaria de ter vivido “em outro tempo” para retirar o ministro “de outra forma” do cargo que ocupa. A declaração repercutiu negativamente nas redes sociais e no meio político, sendo interpretada por críticos como uma fala de teor agressivo contra a Corte.
Na mesma coletiva, o parlamentar também comparou o Supremo Tribunal Federal ao Cabaré Maria Boa, estabelecimento conhecido em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Segundo o deputado, o local seria “mais moralizado” do que a Suprema Corte brasileira, afirmação que ampliou a controvérsia em torno de seu discurso.
Apoio de aliados potiguares
A iniciativa conta com o apoio de outros parlamentares bolsonaristas do Rio Grande do Norte, entre eles o senador Rogério Marinho (PL) e os deputados federais Carla Dickson (União) e General Girão (PL). Apesar do apoio declarado, apenas Gonçalves e Girão participaram presencialmente da coletiva no Congresso.
Motivação do pedido
O novo pedido de impeachment tem como base o suposto envolvimento de Alexandre de Moraes em ações relacionadas ao Banco Master. Reportagem publicada pelo jornal O Globo mencionou contatos entre o ministro e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central. Tanto Moraes quanto o Banco Central negaram qualquer tipo de interferência do magistrado no processo que resultou na liquidação da instituição financeira, afirmando que os contatos ocorreram dentro de parâmetros institucionais.
Contexto jurídico
No início de dezembro, o ministro Gilmar Mendes concedeu decisão liminar estabelecendo que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) teria competência para apresentar pedidos de afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal. A decisão gerou forte repercussão e foi parcialmente suspensa alguns dias depois, reabrindo o debate sobre a possibilidade de pedidos de impeachment apresentados por parlamentares.
O novo movimento da oposição ocorre em meio a um cenário de tensão entre setores do Congresso e o STF, intensificando o embate político e institucional em torno das decisões da Corte e da atuação de seus ministros.
Com informações do Agora RN
