A partir de 1º de agosto, o governo dos Estados Unidos aplicará uma tarifa adicional de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, o que pode afetar duramente a indústria nacional. Em Alagoas, o impacto direto será no setor sucroenergético, historicamente o principal beneficiário da Cota Americana de açúcar — um acordo comercial que permite ao Brasil exportar até 152 mil toneladas anuais do produto ao mercado norte-americano com isenção tarifária.
O estado responde por cerca de 50% dessa cota, embarcando mais de 80 mil toneladas por ano, o que corresponde a 15% das exportações alagoanas do setor. A remuneração paga pelos EUA é, em média, o dobro da oferecida por outros mercados. Com isso, o faturamento internacional das usinas do estado pode cair mais de 20%, segundo o Sindaçúcar-AL.
“Se perdemos esse mercado, os prejuízos serão irreparáveis”, alerta Pedro Robério de Melo Nogueira, presidente do sindicato, destacando riscos à saúde financeira das empresas, aos investimentos e aos mais de 60 mil empregos diretos do setor em Alagoas.
A Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) classificou a medida como “injustificável” e lembrou que os EUA foram o terceiro maior destino das exportações alagoanas em 2024, com destaque para o açúcar. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também criticou a nova tarifa, afirmando que ela compromete a previsibilidade dos contratos e representa um retrocesso nas relações comerciais.
Lideranças do setor pedem que o governo federal intensifique o diálogo com os EUA para tentar reverter ou amenizar os efeitos da decisão.
Fonte: Blog do Edivaldo Júnior