Exportadores brasileiros foram surpreendidos pela imposição de tarifas entre 15% e 77% sobre produtos enviados à Venezuela. A medida, adotada sem aviso prévio pelo governo de Nicolás Maduro, contraria o acordo comercial bilateral firmado entre os dois países em 2012 e incorporado em 2014, que prevê isenção tarifária para diversos itens.
Apesar de o acordo não ter sido oficialmente alterado, a taxação ocorre devido à recusa das autoridades venezuelanas em reconhecer os certificados de origem emitidos no Brasil — documento essencial para garantir os benefícios do tratado. A situação tem gerado insegurança e prejuízos aos exportadores, especialmente em Roraima, estado que mais depende do comércio com o país vizinho. Entre 2019 e 2023, as exportações de Roraima para a Venezuela somaram cerca de US$ 937 milhões (mais de R$ 5 bilhões).
A medida ocorre em meio ao aumento da tensão diplomática entre Brasil e Venezuela, agravada após o presidente Lula (PT) não reconhecer a reeleição de Maduro em 2024.
O Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) informou que está em diálogo com autoridades brasileiras e venezuelanas em busca de uma solução. A entidade reforçou que os procedimentos brasileiros seguem as normas da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) e os termos do acordo vigente. Exportadores pressionam por uma resolução urgente para evitar mais danos ao comércio bilateral.
Fonte: Poder360